ESTE BLOG TEM POR FINALIDADE PRINCIPAL COLABORAR NA RECONSTRUÇÃO DO HOSPITAL DOM PEDRO DE ALCANTÂRA COMO UM PATRIMÔNIO DA NOSSA REGIÃO LIVRE DE INTERESSES POLÍTICOS E, QUE SEJA UM HOSPITAL AUTO-SUFICIENTE E QUE VENHA A PRESTAR UM SERVIÇO ÉTICO E EFICIENTE À NOSSA COMUNIDADE .

quinta-feira, setembro 07, 2006

CONTRATO ENTRE EMPRESÁRIOS DA MEDICINA E O HDPA É ASSINADO HOJE 18-09-2006 -QUEM LUCRA COM ESTE CONTRATO?



CONTRATO ENTRE EMPRESÁRIOS DA SAÚDE E A SANTA CASA É ASSINADO EM MEIO A CONVÊNIO JÁ EXISTENTE COM A UEFS E O HDPA .18-09-2006


Hoje no HDPA, a UEFS foi usada ardilosamente para encobrir um vergonhoso contrato entre Santa Casa e um pool de empresários que exploram o serviço de oncologia pelo SUS em Feira de Santana. Teve até convite impresso para disfarçar as reais intenções. Não seria nada demais perguntar: quem pagou por este convite?

Está para ser implantada uma portaria do Ministério da Saúde, que, para melhor fiscalizar estes prestadores de serviços oncológicos, que ganham substanciais verbas federais, com esta portaria os prestadores de serviços desta rendosa especialidade médica, só poderão prestar estes serviços a nível hospitalar.

Como os prestadores destes serviços aqui de Feira não têm hospital, o que fizeram, estes empresários responsáveis pelas empresas ION, IEHF e CEON? Uniram-se e fizeram uma nova empresa que, hoje, assinou um contrato de parceria com o HDPA.

Para adoçar ainda mais esta ´´festiva`` comemoração, além de usar a UEFS que há muitos anos tem relevantes serviços de parceria com o HDPA, incluem uma ´´parceria`` com uma empresa de cirurgia cardíaca, esta, também coligada a empresários que exploram serviços médicos de alta complexidade que também, obviamente, são regiamente remuneradas pelo SUS.

Enquanto isso, os funcionários do HDPA continuam com várias férias, 13 salário e salários atrasados. Ou seja: para os sem padrinhos nada, aos amigos dos poderosos, tudo.

Esse contrato não foi discutido com o Corpo Clínico, que, dizem,não existe. Pode não existir no papel, eu, por exemplo, faço parte deste Corpo Clínico há mais de 30 anos.

Seria ético e oportuno que este contrato fosse divulgado e discutido amplamente, para que a Santa Casa e o HDPA, não sejam, mais uma vez vítimas de contratos que só beneficiem à empresários não compromissados com a causa social.

Outra coisa importante a ser discutida é a prioridade dos recursos Federais na Saúde em Feira de Santana, pois, enquanto em Feira, não se faz com facilidade um simples eletrocardiograma pelo SUS a mesma dificuldade não existe para se fazer uma bem remunerada cintilografia do miocárdio, dentre outros, exames de alta complexidade , pelo SUS.

Priorizar exames de alta complexidade e cirurgia cardíaca numa cidade com carência para operar hérnia inguinal, cirurgias ambulatoriais, mioma, vesícula e outras patologias cirúrgicas pelo SUS , é responsabilidade social ?

Estamos realmente agindo com seriedade na saúde pública? Ou estamos sendo vítimas de interesses empresariais destes empresários desta medicina cada vez mais mercantilista ?


Devemos também ,questionar , à Secretaria Estadual de Saúde pela implantação de uma estratégica unidade do HEMOBA em Feira, serviço esse de vital importância para a terapia hematológica que, a nível privado, gordos rendimentos, propicia.



Eduardo Leite


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EDITORIAL







Meu nome é Eduardo de Freitas Leite, sou médico e exerço a medicina em Feira de Santana desde 1977.

Tomei a iniciativa de elaborar este informativo com a intenção de materializar idéias que possam contribuir para o engrandecimento desta sociedade que muito me ajudou na minha formação profissional.

Nestes meus quase trinta anos de exercício da medicina, pude ser testemunha do crescimento desta cidade e, constatar que em relação à rede hospitalar privada e pública Feira de Santana teve um crescimento insignificante.

Em 1977 quando cheguei como médico, Feira com 120.000 habitantes, tinha na rede privada e pública: o EMEC, a Casa de Saúde Santana o HDPA a Colônia Lopes Rodrigues.

Era à época o HDPA o Hospital referência para todas as classes, tanto os pobres, classificados como indigentes ou não contribuintes que não tinham direito ao INPS, Funrural, particulares e uns raros convênios.

Como segunda opção vinha o EMEC e a Casa de Saúde Santana, que também, atendiam ao INAMPS, particulares e convênios. A Colônia Lopes Rodrigues é um hospital estadual regional com atendimento especifico para doentes mentais.

Com uma política administrativa equivocada desde o período de Faustino Lima depois José Ronaldo de Carvalho, ambos, interessados em ingressarem na política.

O HDPA não acompanhou o desenvolvimento na área médica, ficando desatualizado e sucateado além de sobrecarregado com o atendimento de INAMPS, Funrural e a indigência, pois, o EMEC, acertadamente, deixou de atender ao INAMPS, cuja remuneração ao atendimento de urgência passou a ser um grande vírus letal a toda instituição hospitalar que atendesse ao governo federal, INAMPS, atual SUS.

Além de ficar o HDPA sucatado e sobrecarregado com o atendimento ao INAMPS(SUS)não houve por parte dos seus administradores um interesse em disponibilizar o HDPA aos atendimentos SUS que melhor remuneram como: Banco de Sangue, Hemodiálise e a lucrativa Oncologia.

Interesse esse que foi aproveitado por antigos administradores que graças a amizades políticas disponibilizaram estes atendimentos a nível privado, tornando-se empresários na área médica, de grande sucesso monetário.

O aparecimento de outras clínicas e hospitais privados e públicos como: Hospital São Matheus, Hospital Unimed, Hospital da Mulher, HTO e o trágico Clériston Andrade, não foram suficientes para suprir a demanda atual de mais de 500.000 mil habitantes de Feira e de três milhões de habitantes das cidades do grande sertão baiano que têm, Feira como referência.

Devido a vários fatores, quer na área privada como na pública a saúde em Feira deixa muito a desejar.

Acreditando que qualquer cidadão tem o direito de criticar e sugerir soluções para a melhoria da sua comunidade e, que, a omissão é um mal a ser repudiado.

Procurei externar minhas idéias, não só em relação à assistência médica em geral, mas criticando o rumo equivocado que muitos médicos trilham ,através de artigos, muito destes, artigos, aqui relacionados, contaram com a boa vontade dos jornais Feira Noite e Dia, Tribuna Feirense e Atarde, outros artigos não tiveram a mesma aceitação, razão pela qual resolvi por conta própria editar este informativo.

Sei que estarei desagradando pessoas amigas e colegas que me são queridos. Mas,entre ser omisso e não colaborar com independência para uma comunidade que me aceitou e continua aceitando,opto, pela minha consciência como cidadão e médico.

Eduardo Leite

eduardoleite@gastroajuda.com.br
www.gastroajuda.com.br
www.eduardoleite.blogspot.com

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O QUE PODE ESTAR ATRÁS DA CRISE DO HOSPITAL DOM PEDRO ?



O Hospital Dom Pedro de Alcântara foi o mais importante hospital da região e está fazendo uma falta enorme. Este hospital passou por várias crises e, a atual é a mais grave, pois, seus funcionários estão há vários meses sem receberem seus salários.

O estado crônico de falência do Dom Pedro se deve ao fato de que é um hospital que depende na sua totalidade do sistema SUS, este, por sua vez não remunera, finge.

Só para citar um exemplo um parto pelo SUS, incluindo médicos, medicamentos e alimentação é remunerado por apenas duzentos e poucos reais.

Excetuando-se o que se paga por tratamentos de alta complexidade como transplantes, hemodiálise, hemodinâmica e tratamento oncológico, o SUS é inviável para qualquer hospital.

Além deste fato bastante significativo, a falta de apoio por parte dos políticos da região e dos governadores que podiam e deviam ajudar o Dom Pedro, mas nunca ajudaram de maneira significativa, contribuiu para esta gravíssima situação.

Fala-se que o Governo Estadual vai apoiar e colocar em funcionamento não só o HDPA, mas que também vai disponibilizar o Pronto Socorro.

Duvido, pois o Governo Estadual não tem dinheiro para isso, se tivesse o Clériston não estaria na situação calamitosa que vive desde a sua inauguração...

Dinheiro público para construir hospitais o Governo tem, pois resulta em votos, mais para mantê-los, não...

Como se não bastasse o presente de grego que o Governo Lula deu recentemente ao Prefeito José Ronaldo com a implantação do SAMU, cuja participação da Prefeitura sai proporcionalmente mais cara do que se gasta com o Hospital da Mulher,agora, recebe um outro abacaxi de presente, a sua nomeação como Interventor na Santa Casa de Misericórdia. Coitado do nosso Prefeito...

Acho muito suspeito ver o HDPA que vinha há mais de 20 anos moribundo, agora, que está bem equipado com o melhor tomográfo da cidade e a mais bem estruturada UTI e Centro Cirúrgico (em fase de final de construção) do interior do Estado , podendo, dentro em breve realizar não só transplantes como qualquer cirurgia cardíaca, encontrar-se agora, sob intervenção.

Fico sem saber porque,agora, todas as pedras são jogadas no atual provedor, como se ele fosse a única Geni da longa crise do Dom Pedro.

Seriam os funcionários os bois de piranhas de tubarões interessados na herança do defunto rico?



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PORQUE NÃO ABRIR O HDPA



Dizem os entendidos em finanças que hospital é uma excelente fonte de renda mas, quando muito bem administrado e que não dependa de uma única fonte pagadora.

O HDPA ao longo de três décadas parou no tempo sem acompanhar a evolução tecnológica.

Suas instalações ficaram sem manutenção, os apartamentos que recebiam pacientes particulares ficaram em estado deplorável, sem implantação de UTI nem investimentos em meios de diagnósticos, em fim, decaiu a cada ano.

Antes o Hospital tinha convênios que remuneravam até 10 vezes mais que o SUS mas, estes convênios foram abandonando o Hospital, migrando para os hospitais particulares que não pararam no tempo como o EMEC e São Matheus.

Esta falta de visão por parte dos seus vários gestores, levou o mais importante Hospital do interior da Bahia ao estado atual, de total inadimplência.

Mesmo assim, sem pagar aos seus funcionários e fornecedores o HDPA dispõe de uma moderníssima estrutura para hemodinâmica, com tomografia computadorizada e ultra sonografia, dizem inclusive que é a mais moderna da cidade além de contar com a mais bem estruturada UTI e, estar com um novo Centro Cirúrgico em fase de final de construção.

Esta unidade de alta complexidade foi adquirida através de verba federal, e, o idealizador desta idéia é o Provedor que está sob intervenção, Dr. José Mendes Neto, agora a Geni da vez...

Pensava o Dr. José Neto que com esta unidade poderia obter os recursos necessários para manter o HDPA, estava certo, errou na condução deste processo, pois, como manter viva uma unidade sem pagar aos seus honrados funcionários?

Os médicos até o inicio da justa greve dos funcionários estavam ganhando os seus honorários por que quem pagava era o SUS, agora, sem o Hospital funcionando querem alguns destes médicos abrir o Hospital de qualquer jeito, estão errados e demonstram descaso com a causa justíssima dos honrados funcionários que, com minguados salários dão vida a este importantíssimo Hospital.

Estão certos os funcionários do Dom Pedro em não retornarem ao trabalho sem antes receberem os salários atrasados, férias e a certeza que os depósitos do fundo de garantia estejam atualizados.

Para os médicos é fácil retornar ao exercício da profissão, estes profissionais são remuneradas diretamente pelos SUS via Prefeitura que no caso de Feira honra os seus compromissos, pois, o Prefeito José Ronaldo vem pagando em dia os compromissos sob sua responsabilidade.

Já, os pobres funcionários dependem do que sobra da remuneração paga pelo SUS, e, como esta remuneração é inviável para pagamentos de serviços médicos de baixa e média complexidade o que faz do HDPA uma instituição sem condições de sobreviver.

Nem uma instituição hospitalar, mesmo contando com alta complexidade, sobrevive só com o SUS.

Para o HDPA ser um Hospital livre de intervenção, livre de esmolas públicas quer sejam do Governo Federal, da Prefeitura ou do Governo Estadual, tem que ser um Hospital com instalações em condições de atender a todos os segmentos da sociedade desde o pobre que só pode dispor do SUS, como da classe média alta que pode pagar um plano de saúde ou por conta própria.

Feira nos últimos 30 anos passou de 100.000 habitantes para mais de 500 mil e por incrível que possa parecer não houve aumento proporcional de leitos hospitalares e o Dom Pedro até diminuiu a sua capacidade, pois o Pronto Socorro deu lugar a UTI, a Hemodinâmica e a Tomografia.

Querer reabrir às pressas o HDPA e pior ainda ativar, o Pronto Socorro. Se isso acontecer fará com que o HDPA nunca se reestruture, ou seja, será um Clériston Andrade pior ainda, se é que pode ser pior do que este caótico Hospital Estadual.

O Prefeito Interventor está mal orientado em relação ao seu plano de reabrir o mais rápido possível este Hospital com a emergência funcionando, com a maternidade e cirurgias.

Pois a remuneração do sistema SUS não permite que nenhum hospital 100% dependente deste convênio possa sobreviver e como sabemos que a Prefeitura não poderá bancar o déficit mensal, já basta o que tem que cobrir para manter o Hospital da Mulher e as Unidades Ambulatoriais...

De onde conseguirá dinheiro o Prefeito Interventor? E se conseguir estes recursos, será para a vida toda?

Além de impor cotas de atendimento, o SUS finge que paga, pois, por uma consulta o SUS remunera com dois reais e setenta centavos e por um parto incluindo os médicos obstetras, o anestesista, o pediatra, medicamentos, diárias e alimentação, paga apenas duzentos e poucos reais...

Fora os Serviços de Oncologia, Hemodinâmica, Transplantes de órgãos e medula, Hemoterapia, Hemodiálise a remuneração para atendimento de baixa e média complexidade pelos SUS é irreal.

Se o HDPA for reestruturado e esta reestruturação incluir a normalização integral dos salários atrasados de todos os funcionários a conclusão do novo centro cirúrgico que permitirá até cirurgias cardíacas e transplantes, reforma dos apartamentos e das outras enfermarias, construção de um novo pronto socorro e captação de novos convênios.

Com certeza, o HDPA contando com uma administração técnica profissional e sem políticos, terá vida eterna e prestará um serviço de primeira qualidade para todos, pois, só assim terá condições de atrair convênios que paguem o suficiente para compensar a imoral remuneração paga pelo SUS, pelos serviços básicos de saúde.

Agora que o D. Pedro está com uma estrutura capaz de prestar um bom Serviço de Hemodinâmica, Tomografia Computadorizada, Banco de Sangue e Oncologia, notamos um estranho interesse por parte de alguns poucos médicos, em ter estes lucrativos serviços sob sua tutela...
Estariam estes médicos fazendo a cabeça do nosso Prefeito Interventor?


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FESTANÇA POLITICA



Ironicamente, o Governador Paulo Souto e comitiva política inauguraram no caótico Hospital Regional Clériston Andrade, uma moderníssima UTI pediátrica e a ampliação da UTI de adultos.

Dizem que é a mais moderna e bem equipada UTI da Bahia, deve ser verdade, pois a política de saúde pública Estadual é pródiga em inaugurar hospitais e postos de saúde em véspera de eleição, ao mesmo tempo em que é incapaz de manter um atendimento médico digno nestes serviços, que seriam de atendimento à saúde do povo que paga vultosos impostos.

Antes desta festiva inauguração a animada comitiva participou, do faz de conta que reinaugurou o Hospital Dom Pedro de Alcântara.

Dizem que estão reabrindo o HDPA quando na verdade inauguraram um posto de saúde municipal, com um médico pediatra e um médico clínico para atenderem em plantão 24 horas.

Mesmo que inaugurem o Dom Pedro em sua totalidade como quer o Prefeito Interventor, continua sendo um grave erro a maneira como planejam revitalizar este importante Hospital.

O Hospital Dom Pedro de Alcântara só deveria ser reinaugurado com a ampliação do número de leitos, conclusão do novo centro-cirúrgico, pagamento integral dos salários atrasados dos funcionários e sem o Serviço de Emergência.

Manter um Serviço de Emergência pelo SUS é levar o Hospital Dom Pedro para a inadimplência mesmo que a tão cobiçada alta complexidade entre em funcionamento.

Este serviço servirá apenas para ser explorado por figuras carimbadas da máfia estadual da $aúde na Bahia, que tanta alegria dá a certos políticos.

Estas festanças políticas representam o verdadeiro perfil moral e administrativo da grande maioria dos políticos, em relação à saúde pública.


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ATIVAR AGORA O HDPA, O ERRO DA PRECIPITAÇÃO



É um grosseiro erro reativar a emergência do Hospital Dom Pedro de Alcântara como quer o Prefeito e Interventor, José Ronaldo.

Nos últimos 30 anos o HDPA vem em constante declínio nas gestões dos seus últimos Provedores, a saber: Dr. Augusto Matias, Faustino Silva, José Ronaldo, Dr. Walter Oliveira e Dr. José Mendes Neto.

Ao longo destes quase 30 anos não houve por parte destes Provedores uma preocupação com o futuro deste importantíssimo hospital no que diz respeito ao ponto vital de qualquer empresa, modernidade, atualização e crescimento na captação de recursos.

Nos anos 70 o INSS era razoável em relação à remuneração dos serviços hospitalares, a medicina não era tão servida com tecnologia de ponta, não havia UTI, meios de diagnósticos caros, a legislação trabalhista ainda era suportável, em fim, os custos eram menores e não havia concorrência além te ter o hospital, considerável faturamento de pacientes particulares quando a política deixava.

De 1980 a realidade passou a ser outra, a medicina começou a contar com ultra-som, tomografia, UTI e as exigências trabalhistas cresceram bastante, exigindo dos hospitais custos mais elevados.

Paralelamente a estas mudanças o INSS passa a SUS e os pagamentos cada vez mais defasados aliados à concorrência da rede privada que não parou no tempo e se modernizou exercendo ao HDPA uma concorrência que antes não existia.

O HDPA tem que se modernizar na sua totalidade, ampliando o número de leitos, reformando os apartamentos e captando outras fontes de receita com convênios com seguradoras de saúde, tornar-se competitivo com a rede privada, ou seja, o HDPA não pode ficar dependente em 100% com o SUS como querem seus interventores.

Será suicídio anunciado reabrir a Emergência e depois disponibilizar os outros serviços ao SUS.

Lamentavelmente, enxergamos dois graves motivos que estão atrás desta descabida medida precipitada e totalmente equivocada.

Primeiro motivo: interesse eleitoreiro está próximo de eleições para governador e a assistência médica municipal é ineficiente, maquiada com números que não dizem a verdade e, sabidamente de péssima qualidade.

Boas idéias como o PSF estão indo por água abaixo por falta de um treinamento e elaboração de um gerenciamento eficiente.

O segundo motivo: é o interesse de certos grupos de médicos ávidos em obter lucro no moderno serviço de alta complexidade que foi implantado pelo único Provedor que pensou em modernizar o HDPA, mas, errou em não ver que não podia manter uma empresa sem pagar aos seus funcionários.

E, foram esses funcionários que serviram de boi de piranha para que o Ministério Público interviesse de maneira discutível na Santa Casa, nomeando o Prefeito José Ronaldo como Interventor Provedor.

Agora, querem os interventores que os funcionários voltem a trabalhar com a promessa de receberem os seus salários atrasados, em muitos casos em mais de doze meses.

Reinaugurar qualquer hospital é muito fácil manter é que são elas, principalmente quando este hospital vai depender só do SUS, de leilões de caridade e mídia iludida.

Se o Governador Paulo Souto e seu grupo político realmente estivessem interessados em servir à comunidade que tanto lhe retribuiu.

Por que não ajudou o único Provedor que não se pendeu pela política e que fez o único plano consistente de revitalizar ao HDPA fosse concluído? Por que deixou que faltassem recursos para manter vivo este tão importante Hospital?

Por que agora há recursos?Por que agora há tantos políticos interessados em ``ajudar´´o HDPA? Por que agora há um forte grupo médico muito bem relacionado a um ex-governador, com tanta ``boa vontade´´ de administrar a lucrativa alta complexidade?

Não sou futurólogo, mas digo o que vai acontecer com o HDPA: será inaugurado com pompas e foguetório, não será concorrente da rede privada, vai depender só do SUS e com certeza disputara com o Hospital Clériston Andrade qual prestará pior serviço, se é que é possível ser pior do que o Clériston Andrade.

Depois das eleições o HDPA será devolvido à Santa Casa, com contratos que amarram a única parte boa do atendimento SUS, que é a alta complexidade aos grupos de médicos que serão beneficiados em quando sobreviver o HDPA.

Bem, e os funcionários? Estes sentirão a dor da realidade de que, na atual conjuntura política e social a parte mais fraca continuara mais fraca e sempre explorada pelos poderosos.


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HDPA TOMA LÁ DÁ PRÁ CÁ, MAIS UM CAPÍTULO



A novela do Hospital Dom Pedro tem mais um novelesco capítulo. Há pouco tempo atrás voltaram à direção da Santa Casa de Misericórdia os membros da Diretoria cassada pelo Ministério Público.

Não demorou muito e novamente retorna o Prefeito Interventor, para a alegria dos iludidos funcionários que vêem no Prefeito a salvação do HDPA.

Triste realidade, não sabem estes pobres funcionários que foi justamente o atual Prefeito um dos grandes responsáveis pelo lamentável estado em que se encontra o tão importante Hospital.

Dar ao Prefeito José Ronaldo plenos direitos de dirigir o HDPA é repetir um erro de mais de vinte anos.

Com certeza o Promotor Público não sabe da verdadeira história do Dom Pedro, se soubesse, com certeza, escolheria outro interventor e jamais seria um político.

Pois foi a política que fez naufragar o mais importante Hospital do interior da Bahia.

Esta política eleitoreira onde o mais importante é chegar ao poder e não combater à injustiça social, este flagelo social, que cada vez mais aumenta no nosso país.

Não existe neste país uma política de saúde voltada para a melhoria social, existe sim, um aproveitamento demagógico, irracional e corrupto que cresce cada vez mais com inauguração de postos de saúde onde faltam médicos.

UTIs de primeiro mundo em hospitais que dão um atendimento de mundo cão, como é o exemplo do Clériston Andrade que, recentemente com muita pompa inaugurou doze leitos numa moderníssima UTI e ao mesmo tempo continua dando um péssimo atendimento.

Atendimento esse que, se esse país fosse sério, os responsáveis por estes serviços seriam penalizados.

Infelizmente, o HDPA, dentro em breve se igualará ao famigerado Clériston Andrade, pois é determinação do Prefeito Interventor manter a emergência do HDPA além de entregar a alta e tão disputada complexidade composta pela Hemodinâmica, Tomografia, Banco de Sangue, Oncologia e Laboratório ao maior empresário da medicina da Bahia que é o Sr. José Antônio Barbosa.

Na história do HDPA há uma associação deste citado empresário da saúde e o Prefeito José Ronaldo, associação esta que custou muito caro ao HDPA e foi extremamente profícua a este empresário, cujo passado e presente é rico em passagem como diretor do HDPA, da Segunda Dires, Hospital da Mulher e estreitas ligações com um ex-secretário da Saúde e ex-governador do Estado.

Quem entende pouco ou quase nada de contrato de prestação de serviços vai ver nas primeiras linhas de um contrato para administração de um Banco de Sangue (que é um lucrativo negócio) realizado entre o Sr. José Antônio e o então Provedor José Ronaldo por volta dos anos 80 que, foi um negócio pra lá de da China para o Sr. José Antônio e uma desgraça para o HDPA.

Talvez por gratidão dizem, é o Sr. José Antônio, um grande colaborador financeiro em campanhas políticas.

Passados estes anos a dupla se une no atual HDPA, desta vez, com uma condição espetacular, pois, além do lucrativo Banco de $angue, contam com a alta complexidade.

Seria muito bom que estes contratos de prestação de serviços fossem bem analisados pelo Digno Ministério Público, para que o Hospital Dom Pedro de Alcântara tenha reais condições de sobrevivência.

Pois, do jeito que está, é como dizem: entregar o galinheiro à raposa, no caso do Hospital Dom Pedro, melhor definição seria: entregar o Banco de Sangue ao Conde Drácula.



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FEIRA , TAMBÉM TEM SANGUSSSUGAS E VAMPIROS



HDPA vai poder prestar serviços de Oncologia.

A direção da Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana fez um convênio com os grupos de Oncologia de Feira de Santana (IHEF, ION e Ceon), para que estes possam realizar atendimento clínico no Hospital D. Pedro de Alcântara. Em médio prazo também está prevista a realização de radioterapia. Será o primeiro hospital da cidade com esta característica.
Os grupos formaram uma empresa que vai passar a prestar este serviço dentro do Hospital, que será remunerado com base na produção bruta. Eles vão construir, dentro da área do Hospital, uma estrutura que irá permitir este atendimento. Como utilizam aparelhos que emitem radiação, precisam ficar em estrutura especialmente blindadas, para evitar contaminações. O local já está escolhido, já foi feito um levantamento, o engenheiro já está elaborando o projeto. A direção salienta que não há área disponível no Hospital, nem para a Oncologia clínica, por isso o serviço ainda não começou. Porém, assim que a estrutura estiver pronta, o serviço terá início.

Cardiologia
Também já deveria estar firmado um convênio com os cardiologistas de Feira de Santana, para que o Hospital possa realizar cirurgias cardiológicas. Porém, houve um congresso de cardiologia envolvendo profissionais do Norte e Nordeste, e muitos profissionais tiveram que se ausentar da cidade. Mas até o dia primeiro de julho eles terão que dar uma definição.
O convênio prevê o funcionamento de uma UTI, hemodinâmica e realização de cirurgias cardiológicas. “Já temos uma proposta de Dr. Luiz Cláudio, de Salvador e de um grupo de Minas Gerais. Se não houver uma proposta dos cardiologistas de Feira de Santana, compatível com as necessidades do Hospital, vamos então acatar proposta de um outro grupo”, afirma o provedor, Dr. Outran Borges.

A RESPEITO DESTA NOTA,ENVIADA VIA E-MAIL,TEMOS A CONSIDERAR:


Porque o H.D.P.A precisa dividir as principais fontes de receitas pelo SUS com grupos empresariais de médicos que nunca colaboraram de fato para o engrandecimento desta entidade que tantos serviços prestou à região do grande sertão baiano?

Não teria a Santa Casa de Misericórdia cacife político suficiente para pleitear ao governo municipal, estadual e federal, meios para estruturar estes tão lucrativos serviços prestados pelo SUS?

É a oncologia uma das poucas especialidades médicas que conseguem ter lucros com o atendimento pelo sistema SUS, assim, como a cirurgia cardíaca, hemodiálise e banco de sangue.

Não que estes serviços remunerem dignamente o profissional médico,mas, os empresários que tocam estes serviços conseguem remuneração vultuosa com a comercialização de próteses ,medicamentos e outros insumos que tanto lucro traz à maioria destes empresários.

Lucros esses que muitas vezes são questionados em relação a certos tratamentos médicos e ao absurdo número de solicitações de exames sofisticados,a sua grande maioria,questionáveis.

O H.D.P.A pertence à Santa Casa de Misericórdia,entidade essa,nitidamente sem fins lucrativos. Ao contrário destes empresários da medicina cujo Deus a que adoram é o lucro financeiro, exclusivamente.

Permitir que estes grupos se associem à Santa Casa é o mesmo que permitir aos vampiros ou sanguessugas que se deleitem com o sangue alheio.

Os irmãos da Santa Casa ,os políticos verdadeiramente comprometidos com a ética e o bem público e os médicos sérios desta comunidade devem dar um basta a mais esta ação vampiresca destes empresários, que só se aproximaram do H.D.P.A com fins políticos e usufruto próprio.

O Dr. Outran Borges é um homem sério, além de médico e poeta consagrado mas, com certeza está sendo usado por manipuladores profissionais.

Manipuladores esses que usam dos mesmas meios e objetivos dos sanguessugas da tão corrompida área médica.

Que a Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana e o H.D.P.A. fiquem livres de uma vez destes falsos Messias,para sempre,amém.

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UM PARTO DIFÍCIL




Como num parto difícil, onde dificuldades retardam o nascimento de uma nova vida entre nós, o nosso último artigo sobre o disputado HDPA saiu, em parte.

O destemido Jornal Tribuna Feirense fez melhor, pois, em vez de publicar o artigo na íntegra, divulgou as partes mais pertinentes à questão da administração do HDPA.

Antes de publicar a matéria, mostrou o artigo às partes citadas no mesmo.
Com classe, o Provedor interventor e atual Prefeito José Ronaldo respondeu, dando o seu ponto de vista onde afirma que não recebeu contribuições de campanha por parte do empresário José Antônio.

Mas, o mais importante é que o HDPA estará (?) livre de contratos com empresários da área de $aúde, conforme afirma o Prefeito José Ronaldo. Graças a Deus, era esse o grande temor de toda à classe médica não comprometida com empresas de $aúde.

Gostei muito das colocações do Prefeito, que, começa a concordar comigo, pois, manter um pronto socorro pelo SUS é levar o HDPA ao nível de 5ª. Categoria, tipo o infeliz Hospital Clériston Andrade.

Pessoalmente admiro e gosto do Prefeito José Ronaldo, com o qual, iniciamos, a nossa vida profissional no HDPA, ele, à época Gerente, depois Diretor Geral e Provedor.

Mas, na minha ótica, reafirmo as minhas ponderações, a respeito da sua passagem como Provedor da Santa Casa.

Como Prefeito, toda Feira sabe da sua capacidade e dinamismo. Nossa preocupação era e é com os planos a serem efetuados para a Santa Casa e em especial ao Dom Pedro.
Parte expressiva da classe médica via com muito receio à aproximação do empresário José Antonio Barbosa.

Quanto ao Sr. José Antônio eu, pessoalmente admiro a sua capacidade como empresário da medicina, apesar, de não concordar com seus métodos e, por ver seus interesses empresariais conflitantes com as prioridades médicas para Feira e Região no tocante ao HDPA.

Finalizo parabenizando, ao Corpo Editorial do Jornal Tribuna Feirense que além da capacidade jornalística mostrou independência, independência essa muito importante para consolidar uma sociedade livre.


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HOSPITAL DOM PEDRO, MAIS CONSIDERAÇÕES


A segunda reinauguração do Hospital Dom Pedro - pós intervenção- é mais um ato político equivocado que prioriza a falta de critério administrativo e inversão de prioridades.

Estamos em pleno século XXI, Feira de Santana conta com quatro serviços de ressonância magnética, seis tomográficos, vários serviços de densitometria óssea e mamografia, alguns destes serviços prestam atendimento ao SUS.

Mas, para se tirar um simples RX pelo SUS contamos com o limitado serviço da Prefeitura, assim mesmo, não faz exames radiológicos contrastados.

Feira se prepara para a era da cirurgia cardíaca e suas sub-especialidades pelo SUS, mas, não tem como suprir a demanda da cirurgia da próstata, hérnia inguinal e tumores malignos do aparelho digestivos e de outros sistemas.

Pela iniciativa privada pode-se contar com estes serviços, mas, pelo SUS a demanda é enorme e a fila dos miseráveis aumenta significamente, proporcional, ao mau gerenciamento da saúde pública municipal.

Dar prioridade a estes serviços de alta complexidade, é um erro de quem não vê a importância das prioridades e do custo beneficio.

Reinaugurar o HDPA dando prioridade à cirurgia cardíaca e manter a emergência pelo SUS é não dimensionar as prioridades dos funcionários e da comunidade e levar o HDPA a uma nova crise.

A absurda remuneração paga pelo sistema SUS aos atendimentos de emergência é imoral e inviabiliza qualquer empresa.

O que a Prefeitura de Feira e o Governo do Estado deviam fazer era destinar recursos para que o Hospital Clériston de Andrade possa atender exclusivamente os casos de urgência e emergência e, o HDPA seja responsável pelos casos clínicos e cirúrgicos , sem o Pronto Socorro e a Maternidade .

Destinar a alta complexidade para meio diagnóstico e, numa etapa futura se houver viabilidade, implantar a Hemodinâmica e a Cirurgia Cardíaca.

Mesmo assim será difícil manter o HDPA só com o SUS, razão pela qual o Hospital deve aumentar o número de apartamentos, para que os convênios privados venham a aumentar a receita do Hospital.

Os serviços pelos SUS que remuneram melhor, como Oncologia, Banco de Sangue, Hemodiálise e outros devem ser estruturados pelo próprio Hospital e não serem terceirizados.

A política de saúde pelo Ministério da Saúde foi e continua sendo equivocada, quando prioriza a medicina dita curativa e não valoriza a medicina preventiva.

Lamentavelmente este mesmo erro é cometido pelos governos estaduais e municipais o que resulta na manutenção e agravamento de uma caótica assistência médica que, por mais recursos que lhes são destinados, fica cada vez mais difícil conquistar melhorias.

Para ajudar a solucionar estes problemas, não há por parte das organizações médicas uma preocupação efetiva.

Poderiam as entidades médicas de ensino e órgãos de classe elaborar padronização de condutas e direcionar estudos para tratamentos de menor custo para as doenças, principalmente para as doenças crônicas como hipertensão arterial, diabetes e outras.

A alta tecnologia mal aplicada, o uso indiscriminado de próteses e cirurgias e outros tratamentos questionáveis estão inviabilizando não só a assistência médica pública como privada.

Quando o Ministério da Saúde, acertadamente, aventou a possibilidade de normatizar o uso de UTIs, foi um mundo de protestos histéricos manifestados por pessoas que não têm conhecimento técnico para opinarem mais dispõem do poder de difamação suficiente para fazer com que, uma grande idéia, fosse covardemente retirada por um Ministro que trabalha baseado em estatísticas de marqueteiros, uma lástima.

Por estas e tantas outras razões, repito: reinaugurar o HDPA sem um estudo de viabilidade econômica e, um plano racional de assistência médica pública municipal, com um compromisso estadual, é fazer o de sempre, inaugurar, o governo inaugura, agora, dizer que prestará um serviço digno e eficiente é outra estória.


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ASSISTÊNCIA MÉDICA EM FEIRA



Vamos inicialmente analisar a assistência médica feirense no tocante a rede privada que atende exclusivamente às seguradoras de saúde incluindo o PLANSERV e aos atendimentos particulares.

O PLANSERV representa de 40% a 60% do faturamento de três hospitais particulares, a saber: Hospital EMEC, Hospital São Matheus e Hospital HTO.

Estes mesmos hospitais também atendem aos diversos planos de saúde que juntos representam em média de 30 a 40% do seu faturamento.

O Hospital da UNIMED, também é representativo, mas, por se tratar de uma Cooperativa Médica (real), dito isto, porque existem algumas cooperativas na Bahia que se dizem médicas, mas, que na realidade são verdadeiras arapucas montadas por pessoas muito bem relacionadas com o poder público que, de fachada, aproveitam-se da absurda falta de concurso público para médicos, e lucram com a intermediação destes médicos.

Fica, pois, o Hospital UNIMED com parte significativa do seu atendimento para seus associados e para o PLANSERV.

Estes quatros hospitais juntos disponibilizam menos de 200 leitos de enfermarias e apartamentos e, em relação a leitos de UTI disponibilizam apenas 16 leitos.

E, a Casa de Saúde Santana com 60 leitos, um importante hospital que, a duras penas consegue prestar um significativo serviço atendendo a pacientes pelo sistema SUS, particulares e outros convênios.

Estes números são insuficientes para uma população de mais de quinhentos mil habitantes e uma macro-região com mais de três milhões de habitantes.

É fácil constatar que, Feira de Santana é uma grande cidade com uma deficitária rede hospitalar particular no tocante ao número de leitos (estima-se um déficit de mais de 500 leitos só no segmento privado).

Em relação a leitos de UTIs estamos carentes em mais de 80 leitos isso só na rede privada.

Se a situação na rede privada é deficitária por causa do insuficiente número de leitos hospitalares, na rede pública estadual e municipal o descaso, a deficiência e a má administração andam juntos na construção do caos.

Nos últimos trinta anos pouco se fez pelo atendimento do SUS que representa o sistema de assistência médica pública que atinge mais de 80% da população de Feira e região.

Durante muitos anos foi o HDPA a salvação dos menos favorecidos, mas, infelizmente, cada vez mais dilapidado e esquecido pelos oportunistas políticos que ao longo dos anos levaram esta valorosa instituição à situação de falência que dificilmente será revertida.

O Hospital Regional Clériston Andrade é mais um monumento da incompetência da administração pública estadual que muito serviu a políticos carreiristas e administradores suspeitos.

Conduzido por administradores condizentes a uma política de saúde equivocada, representa o HGCA ao longo da sua existência uma tragédia onde se constata a cada dia que, o ser humano não é tratado com dignidade.

A assistência médica pública em Feira é pródiga em absurdos, para citar alguns, vejamos: fazer um simples RX com contraste pelo SUS ou pelo PLANSERV, em Feira é impossível, o que obriga o paciente a ir para Salvador e, fazer um RX de tórax é praticamente impossível, assim como fazer um eletrocardiograma.

Mas, fazer sofisticados exames pelo SUS ou PLANSERV como, por exemplo, ressonância magnética, tomografia computadorizada ou cintilografia do miocárdio é mais fácil do que se possa imaginar.

Por que esta discrepância?Quais as razões desta imoralidade?
Os gastos públicos com tratamentos oncológicos, hemodiálise e exames de alta complexidade representam verbas significativas bem maiores do que para os atendimentos de emergência e atendimentos ambulatoriais.

Por quê? Quais os critérios técnicos, quais os critérios de prioridades, não só, para a execução destes exames e tratamentos, como também quais os critérios de prioridades nos credenciamentos destes serviços?

Por que exames importantes e baixa complexidade como RX e eletrocardiograma não são priorizados nos Serviços Públicos e pelo Planserv?

Quem representa a comunidade no Conselho Municipal da Saúde? Quais os critérios para nomear estes conselheiros? Critérios políticos? Amizade? Parcerias? Gratidão?

Representantes destes serviços que tanto lucram com o SUS e com o PLANSERV fazem parte deste Conselho? Especula-se muito a respeito deste Conselho. Há fundamentos para tal?

Por que o HDPA nunca foi beneficiado com o segmento lucrativo do SUS e do PLANSERV?Ficando só com a parte deficitária do sistema SUS, como emergência, internamento clínico e outros?Por que o lucrativo Banco de Sangue do HDPA foi repassado para terceiros?

Por que motivo alguns médicos empresários prescrevem tratamentos duvidosos, solicitam tantos exames de alta complexidade, internamentos em UTIs e cirurgias sem um critério técnico bem analisado?

É hora de mea culpa coletiva é hora de reconhecer os erros e trilhar o caminho do compromisso maior com a comunidade...

O poder público é omisso e incompetente, mas não é o único culpado. Este segmento de empresários da medicina que só visa o lucro tem muita culpa e está inviabilizando a medicina quer pública como privada.

As seguradoras de saúde não estão podendo bancar tantos exames desnecessários, cirurgias sem indicação e outros absurdos.

Estes erros, infelizmente, são comuns em todo o mundo. Estima-se que 50% dos internamentos hospitalares nos Estados Unidos são desnecessários assim como 80% do uso de antibióticos são indevidos, assim como a maioria dos exames solicitados poderiam ser evitados.

A padronização de condutas médicas tem que existir, assim como deve haver uma política de saúde séria e eficiente neste país. Temos que investir na prevenção da doença e não direcionar as verbas públicas para manter esta ineficiente indústria da doença.

Que este alerta sirva de reflexão não só para este segmento da classe médica voltado apenas para o lucro financeiro, mas também, para toda a comunidade desta nossa querida Feira de Santana e da nossa Bahia de todos os Santos e uns tantos malandros.

Por que um Hospital tão importante como o HDPA vem se arrastando ao longo de quase 30 anos com crises e mais crises e agora a mais grave, pois, seus honrados funcionários estão há vários meses sem receber salários?

Devido a esta crise o Ministério Público, tomou uma atitude colocando os gestores da Santa Casa de Misericórdia sob intervenção e, como sabemos é o Prefeito José Ronaldo, contra sua vontade, nomeado sob livre pressão (?) por parte do Ministério Público como Interventor...


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UMA PROPOSTA DE ASSISTÊNCIA MÉDICA PÚBLICA PARA FEIRA DE SANTANA, SEM MAIORES PRETENÇÕES




Considerações iniciais.

Com a municipalização a responsabilidade pela assistência médica pública em Feira de Santana e região aumentou substancialmente.

O sistema SUS é um excelente plano federal de assistência médica, infelizmente presta um péssimo serviço na grande maioria das cidades por não considerar quatro fatores importantes.

1-A falta de saneamento básico e água tratada na maioria das cidades geram condições para aumentar o número de pessoas com doenças graves como, por exemplo: hepatite, gastrenterite e outras patologias.

2-A falta de padronização nos diversos tratamentos e condutas médicas gera tratamentos inadequados que resultam também em gastos vultosos que poderiam ser evitados.

3-Os médicos são desmotivados pelos baixos salários e não são preparados para o tipo de atendimento que dever efetuado.

4-Não há comunicação entre os postos médicos e os hospitais da rede de atendimento médico.

Deve ser realizado um cadastramento de todo os atendimentos com uma ficha clínica padronizada e direcionada para um banco de dados onde ficariam registradas as patologias mais comuns que, através deste banco de dados seriam monitoradas.

Estes pontos devem ser priorizados e, contando com um bom treinamento dos agentes de saúde e postos de PSF, os bairros assistidos teriam benefícios substanciais diminuindo em muito o número e agravamento das doenças.

Palestras de esclarecimento e prevenção sobre doenças e melhorias nutricionais permitiriam uma população carente mais integrada socialmente e melhor estruturada para terem condições de uma vida mais digna e saudável.


METAS INICIAIS A SEREM ADOTADAS PARA O ATENDIMENTO AMBULATORIAL E HOSPITALAR EM FEIRA DE SANTANA


O Hospital Clériston Andrade, prestaria atendimento de trauma e emergências clínicas e cirúrgicas, para isto seria desativado o ambulatório, a ginecologia, obstetrícia e pediatria.

O Hospital da Mulher atenderia só obstetrícia e pré-natal.

O Hospital Dom Pedro seria destinado ao atendimento clínico, cirúrgico e ginecológico, alta complexidade e ambulatório de especialidades médicas.

A Residência Médica ficaria nos Hospitais Clériston Andrade, Hospital da Mulher, Dom Pedro e Hospital da Criança - a ser inaugurado.

Os médicos dos postos da Prefeitura passariam por um treinamento que visaria à padronização das condutas e, principalmente na importância do critério técnico da solicitação de exames de diagnósticos, estes, na sua grande maioria, solicitados sem necessidade, o que resulta em custos elevados na assistência médica pública ou privada.

Os postos de saúde teriam médicos nas especialidades de clínica geral, pediatria e ginecologia.

Estes médicos é que encaminhariam os pacientes para os atendimentos aos especialistas da rede de credenciados e, estes encaminhamentos obedeceriam a critérios pré-estabelecidos e obedecendo à demanda da rede credenciada.

Os exames de alta complexidade, cujos custos são elevados, obedeceriam a uma padronização de prioridades estabelecida por um conselho técnico.

Este conselho técnico promoveria reuniões, cursos e congressos com a finalidade de aprimoramento e motivação dos médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem dos postos, dos hospitais e rede credenciada ao SUS municipal.


Considerações finais.

Um fato a ser considerado pelas autoridades municipais é que, Feira de Santana, nos últimos 30 anos passou de aproximadamente 120.000 mil habitantes para mais de 500.000 mil habitantes, sem falar que, a região da qual Feira de Santana é referência na área médica atinge, atualmente, há mais de dois milhões e quinhentos mil habitantes.

E, o mais grave é que, não houve ao longo destes 30 anos um aumento proporcional de leitos hospitalares na cidade, o que compromete substancialmente não só a rede publica como a privada.

Fato esse que, faz com que haja uma grande migração de pacientes de Feira e região para cidades como Cachoeira, São Felix, São Gonçalo e, principalmente para Salvador. Além de ser um problema social é uma substancial perda de divisas.

O mais grave problema na assistência médica, quer pública ou privados são os elevados custos dos meios de diagnósticos e tratamentos sofisticados.

Associados a estes fatores a falta de padronização e o mau gerenciamento do comércio médico agravam substancialmente à assistência médica em todo o mundo.
É necessário e em caráter de urgência, adotar medidas para que estes erros sejam combatidos.

Para isso, no Brasil, devem-se diminuir os impostos sobre medicamentos e sobre a remuneração para profissionais de saúde da rede pública e serviços sem fins lucrativos ,assim como, a extinção de impostos sobre importação de equipamentos médicos e medicamentos não fabricados no país.

Cabe às entidades médicas um direcionamento para uma padronização de condutas nos diversos procedimentos e condutas médicas,assim como, uma revisão na formação dos novos médicos, dando ênfase ao individuo como um todo na nossa realidade sócio-econômica.

Feira de Santana, por se tratar de uma cidade estratégica devido à sua situação geográfica deve, por parte das entidades competentes, disponibilizarem vantagens para investimentos na área da saúde, área essa que, gera muitos empregos e circulação de capital, sem falar no elevado retorno social, esta, a maior razão de ser de todo poder público.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS


Um homem sem sonhos é um homem sem alma,assim como ,não devemos avaliar um homem só por seus bens patrimoniais ou sucesso profissional e, sim, por suas contribuições em prol da sua comunidade.

Acreditando em sonhos sempre procurei concretiza-los. Ver uma cidade tão importante e estratégica como Feira de Santana sendo um polo de excelência na prestação de serviços na área médica, sempre será meu objetivo, mesmo solitário.

Sempre me preocupei em passar aos meus alunos e residentes a importância do exercício da medicina com dedicação e respeito à ética e ao aprimoramento profissional, desta tão apaixonante e importante profissão que é a medicina.

Venho ao longo destes 31 anos observando os desvios na área médica em especial os desvios no tocante a ética e à dignidade, onde, o ser humano deixou de ser a importância maior, para parte significativa dos médicos e dos governantes.

Ver a assistência médica pública e privada cada vez mais decadente e corrupta, assim como, o importante setor da educação, é um pesadelo real e, não nos podem tirar o direito de ver este quadro revertido.

Apesar de tantas injustiças que a sociedade é vítima , não devemos deixar de sonhar e reivindicar por melhorias .


Eduardo Leite
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Médico e motociclista. Este Blog tem por finalidade expor minhas idéias e pontos de vista sobre temas relacionados com a Medicina, Psicologia, Filosofia, Motociclismo e temas sociais.